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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Prólogo

Eu não sei se me atrai por você. Talvez eu não tenha certeza... talvez tenha sido demasiado precipitado. O campo magnético me expele dali. Estou feito pedra de gelo, ou melhor, já me tornei uma pedra pura. Assim como eras você... Tomei o seu lugar, mas não sei se tomastes o meu. O passado obscuro me trava as asas e impede que eu engula todas essas nuvens para te fazer cair aqui na terra, na verdadeira realidade. Tu exiges muito de mim, isso aqui é uma roubada insana. Insana e tentadora, sim. Mas o maior perigo é a explosão de meu pobre coração congelado! Congelado até demais. A minha alma se mantém em pé, mas não inteira. Calejada de falsas esperanças futuras e que você, eu grito seu nome sem dúvidas, e que você trouxe, e pode trazer ainda mais. Esse medo está congelando as conexões sanguíneas. Não quero que voe direto no meu coração. Isso nunca tem graça. E o sabor das enrolações mútuas de afeto? Você pode até estar certo em exigir-se, num relacionamento que ainda mal existe. Eu sou e acho que sempre serei essa montanha inabalável, duvidosa e protetora do meu eu. Nada mais do que a ciência pode explicar. Eu não quero esse corpo, eu não quero esse sexo. Eu quero a boa presença, meu sexo extinguiu-se. Posso dar-lhe momentos agradáveis também. Começo a achar o sexo nojento, então não me cobre mais que isso, pois sou teimosa e vou revidar-lhe. O sexo é de outro mundo, o sexo que existe pra mim. Não é um prazer momentâneo que se faz com qualquer pessoa sem a mínima intimidade e consideração. Sexo corre nas veias e vai explodindo quando se chega perto deles. Sexo não é necessário para o corpo, é necessário para o mental. Mas não sei se amo o sexo. Sexo é amor. Vamos esquecer esse assunto: deixo-te minha frieza, belas palavras horríveis e um pouco de fumaça de meu cigarro. Já não é o bastante? Isso nem me valeu um cigarro. Te darei a fumaça quando eu estiver inspirada para o fazê-lo, e soprarei para cima afim de que chegue em sua boca.

Mostre-me a pilha de lixo e eu rezarei para que a alma possa levar três passageiros clandestinos
Você some sem qualquer truque e eu não irei pagar mas a alma pode esperar
A alma pode esperar

Isto aqui ainda é bonito com todos esses vazamentos, nós iremos ficar bem
Bom, se isto aqui ainda é bonito com todos esses vazamentos
Nós iremos ficar bem... e supervisionados

Mostre-me a pilha de lixo e eu rezarei para que a alma possa levar três passageiros clandestinos
Você some sem qualquer truque e eu não irei pagar
Mas a alma pode esperar
Eu te senti muito hoje

Eu sei que você tentou
Você tentou direto no meu coração
Você voou direto no meu coração
Garota, eu sei que você tentou
Você voou direto no meu coração
Você voou direto no meu coração
Mas agora vem a queda

Há muitas coisas para me fazer acreditar, eu não estou vendido
Há muitas duplicidades nos sonhos que eu ainda não estou preparado para saber
O seu coração me faz sentir, o seu coração me faz corajoso
Pois para todo o sempre eu não o largarei
Sempre escondido, salvo e dentro, vivo

Mostre-me a pilha de lixo e eu rezarei para que a alma possa levar três passageiros clandestinos
Em um passo ele quebrou, eu tirei o preto do cinza
Mas a alma pode esperar
Eu te senti muito hoje
 
Interpol, Paul Banks.