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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Alguns palavras perdidas na multidão

Motherfucker disse:
é verdade.
eu só tinha olhado a palavra no plural
e nem me toquei
brigado! :D

Pára de escrever com essa letrinha bonita, com dedos suaves, se não eu dou um soco nessa sua cara mais linda que o céu.

Choro café e você chora leite

Sem adeus, apenas um obrigado
Você partiu, eu parti de você
Uma estrela que nunca mais vai se apagar
Será que um dia fui ou vou ser a estrela de alguém?

Você, sendo nojento de novo

Eu pagava pra ver. Agora eu paguei mesmo. Não achei que faria isso de verdade. Você é um nojo, me arrependo até a última lágrima de ter beijado essa sua boca suja. E o mais horrível é que eu consegui amar essa pessoa retardada que você é. Eu quero apagar tudo, apagar até o que sou. Porque tudo que eu era, era em boa parte por você, pra te agradar, porque eu te amava, seu nojento. Eu pagava mesmo pra ver, agora queimei a minha cara. Sua nova namoradinha quer o que aqui comigo? É melhor dar um jeito nela, se não vou mandá-la pro inferno. Você me enganou, seu canalha. Não se atreva a falar comigo mais, porque agora eu não quero você nem nos meus sonhos. E eu sou tão idiota, que consegui até sonhar que você namorava comigo? Como eu sou idiota mesmo, mas não era o que eu queria. E eu dizia "eu te amo" e você me olhava com aquela cara retardada de quem quer fazer sexo, mas não, eu não vou. Cai fora. Você não consegue me amar nem em sonhos. Eu sonhei outro sonho com você nessa mesma noite, mas agora quero que se foda o que era. Você me enganou, eu nunca vou te perdoar por isso. Eu sei que é verdade o que andam dizendo, você é nojento, nojento a ponto de me fazer vomitar! Como pude te beijar, e fazer grandes loucuras ao seu lado, se era tudo falso, você me enganou como um padre. Agora você realmente está feliz?! Pode foder com quem quiser, sem nenhuma idiota dizendo que te ama. Porque agora eu não te amo, não quero te amar nunca mais. Agora você é o macho, feminino agora coisa nenhuma. Se é que algum dia você já foi um pingo de feminino. Enfia o seu pau dentro da sua boca, desgraçado. Some da minha vida, pra nunca mais voltar, e não esqueça de apagar as cartas que eu lhe entreguei, porque é isso que eu vou fazer com as suas, você não significa nada pra mim, você não significa merda nenhuma. Você é um gole de porra pra mim, e isso realmente é nojento, que nem essa sua cara, ou esse seu corpo mal malhado. Você não passa de um magrelo meio cabeludo, branquelo que nem leite, horrível, horrível. E essa boca rosada que parece que quer dar, que nem uma vadiazinha. Rídiculo... e nem vem querer me cumprimentar com essa mão de punheteiro, cherando a gozo recente, eca, seu nojento. Ou que deve ter masturbado aquela sua namoradinhazinha ridícula, ela consegue ser mais rídicula que você. Você consegue ser mais rídiculo que o Élio, incrível! Essa é uma denominação espetacular. Cara, você é um saco, você é uma merda. Eu vou te internar numa clínica pra você ficar lá pra sempre, não vou deixar receber nenhuma visita, aí vamos ver se você vai sentir a minha falta. Será que um dia já sentiu? Seu mentiroso de uma figa, seu destino está traçado. Espero que pague por todos essos erros que você faz, porque machucar um coração pra você é fácil! Não é você que vai chorar, não é você que daria a vida por uma pessoa, não é você que ama, porra! Porque eu já disse, eu faria tudo, faria mesmo. E se você duvida disso, cara... Eu realmente estou perdida sem você, e você deve estar achando isso maravilhoso. Ver uma otária derretida ao chão, sem amizades, depressão total, você deve estar tendo um orgasmo. Era isso que você queria? Estou aqui pra isso, meu destino é esse mesmo, desgraçado. Só que eu achei que ficaríamos juntos pra sempre, mas nem isso. Isso é muito? Pode até ser, mas era só o que eu queria. Não precisava de mais nada. Nós tinhamos planos, e você tinha um pinto doido pra transar. Agora pronto, vá ser o que sua naturalidade manda, e pára com esse jogo de ficar enganando as menininhas, porque um dia é você que vai se foder, e o dia que isso acontecer, ah eu vou rir, vou rir na sua cara.
 Caralho... você é um filho da puta mesmo, eu ainda te amo, porra, e eu tô achando que eu vou te amar é pra sempre. Dá até vergonha de dizer isso. Você é tudo de ruim. E eu confesso que eu amo um panaca.

Eu sou mesmo um fracasso, e você destruidor.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Thinking

Tenho pensado em você, seus discos estão aqui,
Seus olhos estão em minha parede, seus dentes por todo lugar
Mas eu ainda não sou nada, e você agora é uma estrela,
E o que te importa?

Tenho pensado em você, e não há descanso,
Merda, eu ainda te amo, continuo te vendo na cama.
Mas eu estou jogando comigo mesmo, e o que importa pra você
Quando os outras mulheres são muito, muito melhores

Tudo que você tem
Tudo que você precisa
Quem te comprou cigarros?
E quem subornou a companhia para te ver, querido?

Eu tenho pensado em você, como você pode dormir?
Essas pessoas não são suas amigas, elas são pagas para beijar seus pés.
Elas não sabem o que eu sei, e por que você deveria se importar
Se eu não estou ali?

Tenho pensado em você, e não tem descanso,
Eu devo continuar te amando? ainda te vejo na cama.
Mas eu estou jogando comigo, e por que você se importaria,
Quando eu não estiver lá?

Todas as coisas que você tem
Ela nunca precisará
Todas as coisas que você tem
Eu sangro e sangrei pra agradar você

Tenho pensado em você. E só...

Thinking About You.

domingo, 29 de agosto de 2010

Com as mesmas cordas de Heifetz




Serenade Melancolique

"Jascha Heifetz (Vilnius, Lituânia, 2 de Fevereiro de 1901 — 10 de Dezembro de 1987) foi um dos maiores virtuosi da história do violino, famoso por suas interpretações de melodias famosas de Paganini, Bach e Saint-Saëns. Considerado por muitos o melhor violinista do século 20."


Eu precisava trocar as cordas, eu preciso de tudo novo. Agora só tenho um coração velho, com cicatrizes antigas. Eu toco essa música pra você, espero que goste.

"Assim que se olharam, amaram-se; assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio."

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Lady in Clay

A pele dura
Aguça o tato
Só a lama iria calar seus gemidos
E selar minha admiração
Eu furei seus olhos
Bem profundamente
Só pra têr certeza
de que eles não blefaria vez mais.
Seu busto nunca perderá a suavidade.
E seus pés, que eu colei
Nunca mais tropeçarão nos meus.
Você é minha minha mais nova obra-prima surrealista
É difícil ser um gênio, sabe?
As vezes me deixa cansado.
 Mais tarde tu me agradecerás por isso.
Por entre a carne e a lama
Eu mergulhei em você.
Certo de que você nunca se levantará daí
Querida, você não precisa ficar com vergonha.

Viver = ilusão

"Tenho um certo desejo pela vida.
Embora outrora eu estivesse,
desesperadamente, em mórbida solidão e infeliz,
rasgada em pedaços pelo chão...
Sobre tudo eu entendo, e estou certa de que estar viva
é incomparávelmente fantástico!"

Se isso servisse para mim...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A minha escuridão animalesca, Perséfone

Um cigarro aceso na área escura, sem pistas, sem barulho, apenas um pequeno ruído de teclas de computador... Um aprecio, a escuridão... A fumaça. Lá estava ela, caçando se não me engano um pequeno grilo, ou apenas brincando com as folhas das plantas que se movimentavam com o vento. Eu disse "psi psi", ela não olhou. O cigarro acabou... e foi a última vez em que a vi alegre, e viva. Você era linda, negra como o céu, não tenho como descrever a sua cor maravilhosa. Mas você se foi, e agora é apenas alguns ossos debaixo da terra! Porque isso foi acontecer, nunca achei que aqueles gritos secantes de morte eram seus, eu nunca achei que você saíria pela noite, e nunca mais voltaria. Perséfone... eu te amo, querida! Não faça mais isso, volte aqui pro meu colo, arranhe meu pescoço mais uma vez, você sabe. Você sabe que sempre te salvei das mordidas da Crystal, eu sabia que aquilo te machucava, mas às vezes você gostava, não é mesmo? Ah, querida... Volte aqui pra mim, faça aquele mio dengoso, me peça sua ração predileta de cães. Que cães malditos aqueles, eles te emboscaram, eles são maus, eles vão morrer, mas eles não sabem o que fazem. Agora todos os animais choram, todos querem você, todos sentem sua falta. Você realmente é especial, você era a gatinha mais obediente. Você era a minha garotinha.
Eu ouvi seus gritos rápidos, que me corroeram de susto. Sinceramente, não achei que a dor seria a sua, não achei que era sua morte batendo nos meus ouvidos. Pensei que fosse algum gato assustado ou... Mas durante a noite pensei em Luto, você era o meu Luto, pensei o que eu iria fazer se você morresse. Pensei que ficaria triste por demais, pensei que todas as coisas que eu amo partem, todas as pessoas, animais, me deixam alguma hora, e no fim, eu sempre estarei sozinha! A uma pessoa, você conheceu, Perséfone... ele era maravilhoso, você não achava? Ele também a achava maravilhosa. Agora você, você parte, sem querer, sem eu deixar... Mas ele partiu porque quis, porque eu sou ridícula. Você não me achava ridícula, achava? Eu nunca irei descobrir, quem sabe você só gostava dos alimentos que eu te dava, não é. de qualquer forma, eu te adoro. E eu acordo, e por volta das 11 horas eu vou farejar você, eu não sabia o que eu estava fazendo, era algo maior que eu, não era eu quem me controlava. Eu havia perdido a noção de autocontrole, parecia que algo exterior estava me fazendo ir atrás de você, porque nem minha cabeça e nem meu coração acreditavam que você estava morta. Ou impressão minha? Porque eu estava pensando em você à todo momento, no fundo eu estava com medo de que tudo isso fosse verdade. E era, meu coração grita por isso, mas era verdade, é verdade. Você se foi, e se foi pra sempre, não é como ele, que eu posso ficar esperando ele me amar de novo, é você, agora, foi embora sem escolha, sem opinar, sem sentir. Eu te procurava, mas a cada minuto que passava te procurando eu achava que você só estava à passeio. Mas eu pensei "Eu preciso fazer isso por ela, eu preciso procurá-la"; algo me dizia isso. Eu dei mais alguns passos, pensei em não sujar o sapato, mas eu pensei "Eu preciso fazer isso por ela", e eu fiz, e lá eu virei, por trás da casa, não vi nada de relance. Eu ia voltar pelo mesmo caminho, mas decidi dar a volta, mesmo em ciclo. E vi, aquele corpo preto, esparramado pelo chão, duro, seco, triste, amarguroso. Era você, Perséfone. Eu não queria que fosse, queria que fosse qualquer gato preto no mundo, mas menos você, Querida! Logo encostei em você para saber se estava desmaiada... mas não, estava dura, dura feito pedra, morta para sempre. Que ódio, que tristeza... NÃO! Você foi boa demais pra nos deixar agora. Eu encontrei um papel de cimento por ali perto, e assim a enrolei, com todo carinho, minha linda, enquanto chorava lágrimas gritantes. À deixei no terreno ao lado e fui pegar algo para poder cavar o seu sarcófago, enquanto chorava. Peguei, encostei o portão, e lá fui eu novamente encontrá-la naquele estado deplorável... E comecei a cavar logo ali, nenhuma terra estava boa, tentei cavar dois buracos por ali, e nothing. Não queria te enterrar ali na verdade, porque ali seria construída a casa em que eu morarei com ele em alguns anos, ou qualquer outra casa, mas eu não queria que você ficasse enterrada debaixo do teto de pessoas que irão ser felizes por ali, elas pisarão em você. E também, o Puck estará ali, se ficasse você teria companhia. Nenhuma terra é boa pra você, o fundo da terra não é digno pra você. Eu disse "Nenhuma terra é boa, nenhuma terra te mereçe", e no fundo é verdade, era como se fosse concordasse ali mesmo, enquanto eu chorava... Enquanto passavam carros estranhos e olhavam aquela cena bizarra. Te deixei ali e fui do outro lado do terreno, cavei também dois buracos, e nenhum deles eram dignos pra você. Eu encontrei outro, que quem sabe um dia haverá piso por ali, e você ficará por baixo de novo... Então sem saída, mesmo. Mas encontrei uma terra "boa", não boa pra você, você sabe, só boa para cavar. Fui atrás de um balde de água, aliás, acho que eu fui quando fui pegar o negócio para cavar, ah, isso não importa mesmo (esse texto está começando a ficar frio, mas não é como eu me sinto). Eu joguei água no local escolhido, e não tinha nenhum "X" de tesouro lá, assim como tinha na testa dele. E eu ia cavando, e jogando água para amolecer o solo, e eu ia me lambusando, me sujando com a sua terra, que mesmo não sendo digna pra você, ela iria ser sua. E enquanto chorava, eu ia me sujando com terra, enquanto carros passavam e olhavam aquela cena bizarra. Eran lágrimas gritantes, ninguém quer fazer isso, enterrar um animal que ama por demais, como eu te amava. O buraco estava feito. Fuipegar seu corpo do outro lado do terreno... E quando estava em meus braços, escapou, e caiu, sem barulho, mas com toda a dor do mundo, isso doeu-me muito. Coloquei você naquele buraco horrível, onde você ficará... Toda vez que eu sair de casa ou ir na sacada chorarei por você e me lembrarei do seu rosto lindo. Você já estava lá, eu chorava lágrimas gritantes, eu disse que eu te amarei pra sempre, minha dócil Perséfone. Eu disse pra me perdoar por tudo, Eu disse pra voltar, se quisesse, se pudesse. Me perdoe, persé, eu te amo, eu poderia ter evitado tudo isso... E caíram minhas lágrimas sob o seu corpo negro, onde secarão junto com o seu corpo. Guarde-as como lembrança de meu amor. Começei a jogar terra ao lado antes de cobrir o seu corpo, me levantei, e com as mãos todas sujas empurrei com a pá a terra sobre você, enquanto chorava... Querida! Eu dizia pra voltar. E "Epilogue" agora para piorar o meu sofrimento. Uma mistura de amor por você com o amor por ele. Eu amassei a terra, você estava coberta. Eu desenhei um coração com meus dedos sujos, naquela sua terra, Perséfone! Te chamo como se eu precisasse de ajuda, porque agora preciso muito de você, meu bem. A Crystal chorava junto comigo, ela viu você, ela sente saudades demais, agora, você sabe que ela também te amava, não é? Tudo que ela fazia era pra brincar com você, até as coisas mais indecentes, ela não tinha culpa. Me fazia chorar ainda mais quando ela gritava por você, com todas as forças, e com toda a tristeza da "terra". Te amamos, muito, muito, nossa escuridão. Me perdoe se eu te amaldiçoei, porque eu acho que animais que ficam comigo terão um fim trágico, mas não era a minha intenção. Minha irmã vai chorar muito por você, ela também te adorava. O Juarez, que se encantou por você na primeira olhada. Até a minha mãe! Que sempre odiou gatos, ela te amava fervorosamente. Ela chegou em casa do trabalho, eu a abraçei chorando, ela disse "Por favor, não diga." Ela já sabia, entrou em casa e já viu o seu sarcófago. Ela disse pra nunca mais trazermos novos bichinhos, porque eles ficarão morrendo, fugindo, sofrendo. E disse que a Crystal vai ficar depressiva, sem você agora.

Uma lágrima no seu corpo.
Uma marca sua no meu coração pra sempre.

domingo, 22 de agosto de 2010

Você é realmente nojento

Já perdi esse jogo, eu quero te odiar. Agora você é nojento, fica agindo feito um homem animalesco, onde está sua intelectualidade, ou só quer mostrá-la para aquelas garotinhas que ficam babando pra você? "Agora seu pinto vai feder depois de foder com elas." Não é isso que você quer? Bater punheta 2 ou mais vezes por dia, ficar assistindo às beldades femininas dirigindo-lhes a palavra com "gostosas", "bundudas", ou sei lá que caralho você quer denominá-las. Eu não sei o que fui pra você, não sei mesmo. Não signifiquei nada, eu sei que você odeia que eu fique fazendo analogias de tudo, mas, qual é o problema, se o problema maior foi ter perdido você. Devo ter sido uma dessas vadiazinhas, mas com uma diferença, eu podia até dar pra você quantas vezes você quisesse, mas sabe que já reneguei isso, eu podia ficar chupando o seu corpo com toda vontade do mundo, mas sabe que nem sempre o fazia, nem sempre eu tinha essa vontade, porque achava você muito macho às vezes, e isso me dava nojo. Mesmo que seu corpo fosse o corpo mais perfeito, além do que eu já imaginei. Sabe que já trepamos com violência, sabe que o que fazíamos era amor, e mesmo assim eu era uma vadia sim, mas nem sempre eu queria dar pra você. Nem sempre você era o gostosão da parada, ok? Eu era essa vadia, eu era mesmo. Mas, a diferença é que a vadia aqui amava essa cara de pau que você tem, seu canalha. Eu queria dar café e pão pra você na cama, eu queria passar as suas roupas, eu queria lavar as suas cuecas, eu queria fazer o seu almoço, eu queria dar pra você, tá bom? E a vadia aqui amava essa peste, mas, era uma vadia, e ponto.
Você prefere bater as suas punhetas, então? Eu não era tão o suficiente pra você, talvez você precisasse de uma mulher menor, pra servir direito dessa sua cabeça de baixo que pensa mais do que a sua de cima. E joga na minha cara tudo isso, eu juntaria até o seu cocô, filho de uma puta, eu lamberia-o se pedisse. Acha isso passivo? Que se foda você. Eu só queria ser sua escrava pra sempre, era tudo porque eu te amava, agora se pra você é ser passiva! Você quer uma garota que quando você pedir pra ela te chupar ela diga "Não vou te chupar, você vai me chupar agora", ou quer uma que quando você não ligar pra ela faça maior escândalo do mundo, ou quer uma que fale "Foda-se" quando você dizer que ela é fedorenta e trepa mal. Agora a vadia aqui... Pff, já morreu. Você deveria ter me deixado morrer. Sei que não se importaria depois, ah, mas eu me importaria, me importaria muito por não poder mais ver essa sua cara desgraçada e bela jamais na minha vida. Você é um tremendo desgraçado, não teve noção das coisas que disse à noite passada, e vive esse domingo como se fosse o domingo mais normal da sua vida, mas o meu não é, porque você estragou o meu domingo, você estragou a minha vida, Filho da puta! Você é sim, um Filho da puta, cavajeste, canalha, imbecil, desgraçado! Você foi a pior coisa que já me aconteceu, deve ser por isso que eu te amo tanto. Sea of love, pra acabar, puta que o pariu. Vá pro inferno, a gente pode se encontrar lá. Caralho, me deixa te levar pra um lugar que nunca fomos antes! Por você a vadia aqui fica bebendo pra tentar esquecer o estrago que você me fez, o amor que você me fez semear. Você poderia morrer, pra me deixar a mais furada de bala possível, porque sabe que eu iria te esquecer é nunca. Eu me mataria por isso. Se você viver, eu vivo, se você morrer, nós morreremos... Eu queria era ter acabado com tudo antes, você impediu, mas puta que o pariu, você sempre estraga tudo. Devia ter deixado, peste. Agora, fica falando essas coisas só pra me provocar, não é mesmo? Você sabe que eu odeio tudo isso, é um idiota mesmo. Me ama, não? Pra ficar chamando a minha atenção com essas suas falas ridículas. Vai lá, já se passaram alguns minutos, está na hora de você bater outra punheta. Mas bata com toda força que você tem, como se fosse o primeiro e o último gozo da sua vida, e jogue na frente da porra dessa tela do seu computador enquanto você vê homens e mulheres peladas (ou mesmo sexo, não sei mais o que você prefere) fazendo essas coisas que você adoraria fazer, mas por enquanto é um fracasso, não é? Você sabe realmente esconder essa sua personalidade aí. Eu ainda acho você maravilhoso, sabia? Mas fica jogando merda em cima da sua personalidade, pelo menos eu acho que seja isso. Ou você virou esse porco mesmo? Se tornou um homem, de verdade, agora. Parabéns, palmas pro machinho, agora falta foder com alguma garota agora, não é mesmo? Você é nojento. Eu morri de vontade de cuspir nessa sua cara linda que você tem. Quem sabe assim se sentiria honrado? E eu, vingada? Até parece... nunca vou conseguir me vingar desse chute que você me deu. Você ao menos sabe o que quer? Você é um muleque ainda, há... Ainda vai ter que crescer muito, ainda vai bater muitas punhetas e foder muitas mulheres, assim eu espero. Vá pro seu verdadeiro caminho, um caminho sem mim. Mas não esqueça que quem sabe outra garota não vá fazer tudo o que eu fiz ou poderia fazer por você. Caralho... como eu te amo, como eu te amo, maldito garoto.
Você foi a minha vida, e eu fui apenas um capítulo da sua.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Me diga qualquer coisa, ou não diga nada

Que minha vontade de fugir se transforme em força para ficar. Que o que morreu na dor renasça num outro dia. Porque metade de mim é ausência ... E a outra é você.

"Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa. Ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada..."

Lixo de vida

- Acho que se ele for só vai estragar sua noite.
- Ele já estragou minha vida. Estragar minha noite faz parte do processo.

É mais fácil mentir

Carregar o peso
E levar até o céu,
É mais fácil mentir,
Mais fácil mentir.
E honestamente,
te olhar no olhos
É mais fácil mentir,
Mais fácil mentir.

Para ser o melhor,
Para ser o único,
Alguém tem que se dar muito,
Algo tem que ser dado
E quem sou eu? Pra te dar o que você precisa
Se estou aprendendo, apenas aprendendo
Aprendendo como viver e...

Carregar o peso e levar até o céu,
É mais fácil mentir,
E honestamente,
te olhar no olhos
É mais fácil mentir...
 
Preencher o espaço,
O espaço que você fez para mim,
Tentar ser o único que você quer
Tentar ser do jeito que você quer.
E talvez eu
Seja aquele que você precise,
Apenas se você me mostrar
Mostrar-me como viver e...

Carregar o peso
E levar até o céu,
É mais fácil mentir,
E fazer o que é certo
Quando tudo está errado
É mais fácil fugir.
 
Nunca ter
Que olhar nos seus olhos,
É mais fácil mentir,
Mais fácil mentir...

Carregar o peso
E te levar até o céu,
É mais fácil mentir...
 
"O dia está quebrando e o tempo está observando,
O amor que nós estamos fazendo se afastar
Esta vida pode somente nos deixar sozinhos
Não há amanhã...
Apenas um outro furo pequeno em seu coração."
Just another little tear in my eye, another little tear in my eye...
 

Não esperava mais de você


"... Então todos caminharam naquela direção.
Eu gritei seu nome, você olhou para trás e disse:
"Querido, não espere por mim!"
bom...
Demorei um pouco para me recobrar...
Confesso ainda estar muito assustado
E agora?
Não é você quem vai me salvar.
Então em que vou apostar?
Afinal, minhas moedas estão naquele poço...

Tentei chorar... Essa não seria a segunda vez.
Essa pedra pulsando agora é ainda mais forte.
Agora penso no valor deste sentimento.
Um abraço jogado no lixo.

Poço... estou observando sua extensão.
Estou fraco demais para respirar...

A queda é quase dormente...
Ossos tremendo e a boca cheia de terra...
Ainda estou vivo.
Com um pouco de esforço abro os olhos.
"São minhas moedas!" Então guardo-as no bolso, escalo
essas paredes e enfim liberdade.

Não sou uma jóia que você achou ter encontrado.
E nem mais um item na sua coleção.
Tenha meu amor nas entrelinhas.
Sua poesia está escrita, guarde com carinho este pedaço de
passado de minhas aventuras. Uma lembrança infinita.




Então minha odisséia prossegue...

"E lá vou te encontrar."




Estou assustado demais para escrever agora, e sei que
ainda faltou algumas palavras, mas não preciso mais tentar
expressar à alguém o que eu já sei de cor...
Sem mais para o momento... obrigado por nada."

Com algumas edições, um sentimento seu solto no ar.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O que restou

Seu sorriso me acalma,
Sua voz suavisa a minha alma.
Então sem seu sorriso e sem sua voz... o que resta pra mim é ser uma louca varrida.
E é claro, entorpecentes.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sorte ou azar?

"Eu amo meu marido. De manhã à noite. Mal acordo, ofereço-lhe café. Ele suspira exausto da noite sempre maldormida e começa a barbear-se. Bato-lhe à porta três vezes, antes que o café esfrie. Ele grunhe com raiva e eu vocifero com aflição. Não quero meu esforço confundido com um líquido frio que ele tragará como me traga duas vezes por semana, especialmente no sábado.

Depois, arrumo-lhe o nó da gravata e ele protesta por consertar-lhe unicamente a parte menor de sua vida. Rio para que ele saia mais tranqüilo, capaz de enfrentar a vida lá fora e trazer de volta para a sala de visita um pão sempre quentinho e farto.

Ele diz que sou exigente, fico em casa lavando a louça, fazendo compras, e por cima reclamo da vida. Enquanto ele constrói o seu mundo com pequenos tijolos, e ainda que alguns destes muros venham ao chão, os amigos o cumprimentam pelo esforço de criar olarias de barro, todas sólidas e visíveis.

A mim também me saúdam por alimentar um homem que sonha com casas-grandes, senzalas e mocambos, e assim faz o país progredir. E é por isto que sou a sombra do homem que todos dizem eu amar. Deixo que o sol entre pela casa, para dourar os objetos comprados com esforço comum. Embora ele não me cumprimente pelos objetos fluorescentes. Ao contrário, através da certeza do meu amor, proclama que não faço outra coisa senão consumir o dinheiro que ele arrecada no verão. Eu peço então que compreenda minha nostalgia por uma terra antigamente trabalhada pela mulher, ele franze o rosto como se eu lhe estivesse propondo uma teoria que envergonha a família e a escritura definitiva do nosso apartamento.

O que mais quer, mulher, não lhe basta termos casado em comunhão de bens? E dizendo que eu era parte do seu futuro, que só ele porém tinha o direito de construir, percebi que a generosidade do homem habilitava-me a ser apenas dona de um passado com regras ditadas no convívio comum.

Comecei a ambicionar que maravilha não seria viver apenas no passado, antes que este tempo pretérito nos tenha sido ditado pelo homem que dizemos amar. Ele aplaudiu o meu projeto. Dentro de casa, no forno que era o lar, seria fácil alimentar o passado com ervas e mingau de aveia, para que ele, tranqüilo, gerisse o futuro. Decididamente, não podia ele preocupar-se com a matriz do meu ventre, que devia pertencer-lhe de modo a não precisar cheirar o meu sexo para descobrir quem mais, além dele, ali estivera, batera-lhe à porta, arranhara suas paredes com inscrições e datas.

Filho meu tem que ser só meu, confessou aos amigos no sábado do mês que recebíamos. E mulher tem que ser só minha e nem mesmo dela. A idéia de que eu não podia pertencer-me, tocar no meu sexo para expurgar-lhe os excessos, provocou-me o primeiro sobressalto na fantasia do passado em que até então estivera imersa. Então o homem, além de me haver naufragado no passado, quando se sentia livre para viver a vida a que ele apenas tinha acesso, precisava também atar minhas mãos, para minhas mãos não sentirem a doçura da própria pele, pois talvez esta doçura me ditasse em voz baixa que havia outras peles igualmente doces e privadas, cobertas de pêlo felpudo, e com a ajuda da língua podia lamber-se o seu sal?

Olhei meus dedos revoltada com as unhas longas pintadas de roxo. Unhas de tigre que reforçavam a minha identidade, grunhiam quanto à verdade do meu sexo. Alisei meu corpo, pensei, acaso sou mulher unicamente pelas garras longas e por revesti-las de ouro, prata, o ímpeto do sangue de um animal abatido no bosque? Ou porque o homem adorna-me de modo a que quando tire estas tintas de guerreira do rosto surpreende-se com uma face que Ihe é estranha, que ele cobriu de mistério para não me ter inteira?

De repente, o espelho pareceu-me o símbolo de uma derrota que o homem trazia para casa e tornava-me bonita. Não é verdade que te amo, marido? perguntei-lhe enquanto lia os jornais, para instruir-se, e eu varria as letras de imprensa cuspidas no chão logo após ele assimilar a notícia. Pediu, deixe-me progredir, mulher. Como quer que eu fale de amor quando se discutem as alternativas econômicas de um país em que os homens para sustentarem as mulheres precisam desdobrar um trabalho de escravo.

Eu lhe disse então, se não quer discutir o amor, que afinal bem pode estar longe daqui, ou atrás dos móveis para onde às vezes escondo a poeira depois de varrer a casa, que tal se após tantos anos eu mencionasse o futuro como se fosse uma sobremesa?

Ele deixou o jornal de lado, insistiu que eu repetisse. Falei na palavra futuro com cautela, não queria feri-lo, mas já não mais desistia de uma aventura africana recém-iniciada naquele momento. Seguida por um cortejo untado de suor e ansiedade, eu abatia os javalis, mergulhava meus caninos nas suas jugulares aquecidas, enquanto Clark Gable, atraído pelo meu cheiro e do animal em convulsão, ia pedindo de joelhos o meu amor. Sôfrega pelo esforço, eu sorvia água do rio, quem sabe em busca da febre que estava em minhas entranhas e eu não sabia como despertar. A pele ardente, o delírio, e as palavras que manchavam os meus lábios pela primeira vez, eu ruborizada de prazer e pudor, enquanto o pajé salvava-me a vida com seu ritual e seus pêlos fartos no peito. Com a saúde nos dedos, da minha boca parecia sair o sopro da vida e eu deixava então o Clark Gable amarrado numa árvore, lentamente comido pelas formigas. Imitando a Nayoka, eu descia o rio que quase me assaltara as forças, evitando as quedas d'água, aos gritos proclamando liberdade, a mais antiga e miríade das heranças.

O marido, com a palavra futuro a boiar-lhe nos olhos e o jornal caído no chão, pedia-me, o que significa este repúdio a um ninho de amor, segurança, tranqüilidade, enfim a nossa maravilhosa paz conjugal? E acha você, marido, que a paz conjugal se deixa amarrar com os fios tecidos pelo anzol, só porque mencionei esta palavra que te entristece, tanto que você começa a chorar discreto, porque o teu orgulho não lhe permite o pranto convulso, este sim, reservado à minha condição de mulher? Ah, marido, se tal palavra tem a descarga de te cegar, sacrifico-me outra vez para não vê-lo sofrer. Será que apagando o futuro agora ainda há tempo de salvar-te?

Suas crateras brilhantes sorveram depressa as lágrimas, tragou a fumaça do cigarro com volúpia e retomou a leitura. Dificilmente se encontraria homem como ele no nosso edifício de dezoito andares e três portarias. Nas reuniões de condomínio, a que estive presente, era ele o único a superar os obstáculos e perdoar aos que o haviam magoado. Recriminei meu egoísmo, ter assim perturbado a noite de quem merecia recuperar-se para a jornada seguinte.

Para esconder minha vergonha, trouxe-lhe café fresco e bolo de chocolate. Ele aceitou que eu me redimisse. Falou-me das despesas mensais. Do balanço da firma ligeiramente descompensado, havia que cuidar dos gastos. Se contasse com a minha colaboração, dispensaria o sócio em menos de um ano. Senti-me feliz em participar de um ato que nos faria progredir em doze meses. Sem o meu empenho, jamais ele teria sonhado tão alto. Encarregava-me eu à distância da sua capacidade de sonhar. Cada sonho do meu marido era mantido por mim. E, por tal direito, eu pagava a vida com cheque que não se poderia contabilizar.

Ele não precisava agradecer. De tal modo atingira a perfeição dos sentimentos, que lhe bastava continuar em minha companhia para querer significar que me amava, eu era o mais delicado fruto da terra, uma árvore no centro do terreno de nossa sala, ele subia na árvore, ganhava-lhe os frutos, acariciava a casca, podando seus excessos.

Durante uma semana bati-lhe à porta do banheiro com apenas um toque matutino. Disposta a fazer-lhe novo café, se o primeiro esfriasse, se esquecido ficasse a olhar-se no espelho com a mesma vaidade que me foi instilada desde a infância, logo que se confirmou no nascimento tratar-se de mais uma mulher. Ser mulher é perder-se no tempo, foi a regra de minha mãe. Queria dizer, quem mais vence o tempo que a condição feminina? O pai a aplaudia completando, o tempo não é o envelhecimento da mulher, mas sim o seu mistério jamais revelado ao mundo.

Já viu, filha, que coisa mais bonita, uma vida nunca revelada, que ninguém colheu senão o marido, o pai dos seus filhos? Os ensinamentos paternos sempre foram graves, ele dava brilho de prata à palavra envelhecimento. Vinha-me a certeza de que ao não se cumprir a história da mulher, não lhe sendo permitida a sua própria biografia, era-lhe assegurada em troca a juventude.

Só envelhece quem vive, disse o pai no dia do meu casamento. E porque viverás a vida do teu marido, nós te garantimos, através deste ato, que serás jovem para sempre. Eu não sabia como contornar o júbilo que me envolvia com o peso de um escudo, e ir ao seu coração, surpreender-lhe a limpidez. Ou agradecer-lhe um estado que eu não ambicionara antes, por distração talvez. E todo este troféu logo na noite em que ia converter-me em mulher. Pois até então sussurravam-me que eu era uma bela expectativa. Diferente do irmão que já na pia batismal cravaram-lhe o glorioso estigma de homem, antes de ter dormido com mulher.

Sempre me disseram que a alma da mulher surgia unicamente no leito, ungido seu sexo pelo homem. Antes dele a mãe insinuou que o nosso sexo mais parecia uma ostra nutrida de água salgada, e por isso vago e escorregadio, longe da realidade cativa da terra. A mãe gostava de poesia, suas imagens sempre frescas e quentes.

Meu coração ardia na noite do casamento. Eu ansiava pelo corpo novo que me haviam prometido, abandonar a casca que me revestira no cotidiano acomodado. As mãos do marido me modelariam até os meus últimos dias e como agradecer-lhe tal generosidade? Por isso talvez sejamos tão felizes como podem ser duas criaturas em que uma delas é a única a transportar para o lar alimento, esperança, a fé, a história de uma família.

Ele é único a trazer-me a vida, ainda que às vezes eu a viva com uma semana de atraso. O que não faz diferença. Levo até vantagens, porque ele sempre a trouxe traduzida. Não preciso interpretar os fatos, incorrer em erros, apelar para as palavras inquietantes que terminam por amordaçar a liberdade. As palavras do homem são aquelas de que deverei precisar ao longo da vida. Não tenho que assimilar um vocabulário incompatível com o meu destino, capaz de arruinar meu casamento.

Assim fui aprendendo que a minha consciência que está a serviço da minha felicidade ao mesmo tempo está a serviço do meu marido. É seu encargo podar meus excessos, a natureza dotou-me com o desejo de naufragar às vezes, ir ao fundo do mar em busca das esponjas. E para que me serviriam elas senão para absorver meus sonhos, multiplicá-los no silêncio borbulhante dos seus labirintos cheios de água do mar? Quero um sonho que se alcance com a luva forte e que se transforme algumas vezes numa torta de chocolate, para ele comer com os olhos brilhantes, e sorriremos juntos.

Ah, quando me sinto guerreira, prestes a tomar das armas e ganhar um rosto que não é o meu, mergulho numa exaltação dourada, caminho pelas ruas sem endereço, como se a partir de mim, e através do meu esforço, eu devesse conquistar outra pátria, nova língua, um corpo que sugasse a vida sem medo e pudor. E tudo me treme dentro, olho os que passam com um apetite de que não me envergonharei mais tarde. Felizmente, é uma sensação fugaz, logo busco o socorro das calçadas familiares, nelas a minha vida está estampada. As vitrines, os objetos, os seres amigos, tudo enfim orgulho da minha casa.

Estes meus atos de pássaro são bem indignos, feririam a honra do meu marido. Contrita, peço-lhe desculpas em pensamento, prometo-lhe esquivar-me de tais tentações. Ele parece perdoar-me à distância, aplaude minha submissão ao cotidiano feliz, que nos obriga a prosperar a cada ano. Confesso que esta ânsia me envergonha, não sei como abrandá-la. Não a menciono senão para mim mesma. Nem os votos conjugais impedem que em escassos minutos eu naufrague no sonho. Estes votos que ruborizam o corpo mas não marcaram minha vida de modo a que eu possa indicar as rugas que me vieram através do seu arrebato.

Nunca mencionei ao marido estes galopes perigosos e breves. Ele não suportaria o peso dessa confissão. Ou que lhe dissesse que nessas tardes penso em trabalhar fora, pagar as miudezas com meu próprio dinheiro. Claro que estes desatinos me colhem justamente pelo tempo que me sobra. Sou uma princesa da casa, ele me disse algumas vezes e com razão. Nada pois deve afastar-me da felicidade em que estou para sempre mergulhada.

Não posso reclamar. Todos os dias o marido contraria a versão do espelho. Olho-me ali e ele exige que eu me enxergue errado. Não sou em verdade as sombras, as rugas com que me vejo. Como o pai, também ele responde pela minha eterna juventude. É gentil de sentimentos. Jamais comemorou ruidosamente meu aniversário, para eu esquecer de contabilizar os anos. Ele pensa que não percebo. Mas, a verdade é que no fim do dia já não sei quantos anos tenho.

E também evita falar do meu corpo, que se alargou com os anos, já não visto os modelos de antes. Tenho os vestidos guardados no armário, para serem discretamente apreciados. Às sete da noite, todos os dias, ele abre a porta sabendo que do outro lado estou à sua espera. E quando a televisão exibe uns corpos em floração, mergulha a cara no jornal, no mundo só nós existimos.

Sou grata pelo esforço que faz em amar-me. Empenho-me em agradá-lo, ainda que sem vontade às vezes, ou me perturbe algum rosto estranho, que não é o dele, de um desconhecido sim, cuja imagem nunca mais quero rever. Sinto então a boca seca, seca por um cotidiano que confirma o gosto do pão comido às vésperas, e que me alimentará amanhã também. Um pão que ele e eu comemos há tantos anos sem reclamar, ungidos pelo amor, atados pela cerimônia de um casamento que nos declarou marido e mulher. Ah, sim, eu amo meu marido."



E eu, que estava tão apaixonada, realmente sentia tudo isso. As palavras tinham o sentido real, nada era irônico, sarcástico ou satirizante, como era para Nélida. Claro que nem todas as palavras se encaixavam, mas, é tudo.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Blefando

Essa sua mania de colocar o coraçãozinho do lado, sem espaço. Ah, eu adoro.

Você consegue me olhar?

Olha na minha cara
Pára com esse joguinho de criança, apesar que ainda é novo.
O que significa a sua juventude? Ser a estrela da noite, e o brilho de quem te olha.
Já cansei disso, esquece.
Suas mensagens ferem, me rasgam, e você, nem olha na minha cara.
É a sua juventude, mesmo. Só preciso respeitar. Quando crescer, pode vir falar comigo, eu ainda vou estar olhando pra você de longe, mesmo que você esteja me fodendo. Sem romance, sem perfeição.
Ah, mas é a sua juventude, não deixa você ver nada. Só a fumaça do seu cigarro. Você pode me ver? Ainda se houvesse chance, você poderia, poderíamos ficar ali mais alguns minutos. Mas se você tivesse olhado na minha cara
A sua juventude iria ser mais madura, se tivesse olhado na minha cara.
Você sabe onde me procurar, você tem meu endereço, sabe ele decor? Então venha, podemos beber um uísque, acender mais alguns cigarros, igual já acendemos anteriormente. Mas se você olhasse na minha cara
Eu poderia tentar te dizer que só quero um olhar, porra. Enfia o seu orgulho no rabo, porque assim...
Me empresta o isqueiro?
(nem se quer olha pra porra da minha cara)
Eu tenho algo pra você
(eu quero que você vá pro inferno)
Eu queria poder te perguntar algumas coisas, mas se você olhasse na minha cara
Eu poderia te dar um soco tão forte a ponto de expressar a intensidade do meu amor por você.
Mas se você olhasse pra mim...
Quem sabe eu iria te levar pra algum outro lugar longe de toda essa gente.
Se você me olhasse
Poderia ver a porra desse sentimento que eu quero devolver, porque isso é uma merda, "eu quero você inteira e minha metade de volta". Me deixa sem isso
Se você tivesse me olhado eu poderia ter lhe dado um gole da minha bebida,
Eu poderia ter tremido por você
Eu quase desmaei por você
Mas se você me olhasse, quem sabe eu poderia ter te dado um último beijo. Pra nunca mais...
Eu te amo, canalha.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Não

A dor havia voltado, tão intensa e pontual como antes, mas ele decidiu não dar importância e dedicar-se a viver a vida do jeito que fosse.

domingo, 8 de agosto de 2010

Sem brilho

É tão difícil voltar e ver
que não restou nada mais.
As folhas caem com o vento
e tentamos dizer que
Nada mudou e que nunca irá mudar,
mesmo sabendo que ainda dói tanto lembrar
Já não são mais os mesmos dias,
já perdemos o brilho em nossos olhos...

Fica mais um pouco só até a chuva passar...
Diz que vai voltar pra casa quando tudo acalmar...
Sei que ninguém tem culpa e que já não há como cicatrizar
o que o tempo feriu demais.
Já não são mais os mesmos dias...
Já perdemos o brilho em nossos olhos....

Pra Sempre, sempre soou tão
suave até sentir que não valia a pena...

Agora são só lembranças de dias em que tudo parecia tão certo até você partir pra não voltar....

Já não são mais os mesmos dias...
já perdemos o brilho em nossos olhos!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Acorda

Pára com essa besteira. Isso já acabou.
Agora vá e dorme.

A semana passada, ou agora

Eu tenho medo de nunca mais poder olhar você novamente. Vai doer, até o fundo da minha alma. Não são dores físicas, são dores de... Amor, amor. Você está me sufocando, você me força a isso, e o que fazer? Vou me entregar, vou entregar a minha vida. Mesmo que digam que eu preciso seguir em frente, eu não posso, não consigo... não tenho forças. Você absorveu todas as minhas forças, e me deixou só com a tristeza da sua falta. E o que mais a vida pode me dar? Ela já me deu o maior tesouro já encontrado, que derreteu em minhas mãos, que sobraram só pedaços, que o vento levou, que o sol absorveu. Agora o meu sentimento... é tão firme, sempre foi, e mesmo assim, isso não muda nada. E por quê? Aquela noite ao olhar no fundo de seus olhos, comia a minha carne, eu não agüento, eu queria molhar a sua boca com a minha saliva, e que ficassem marcas minhas em você. Eu já te esperei, quer que eu espere de novo? Não sei se agüento, querido. Acabarei com a minha vida antes de qualquer passo seu. A memória que você me trás é doentia, me enlouquece, e me faz querer pular de um prédio pra nunca mais voltar... e se eu não voltar, eu não queria, eu queria era estar com você até a minha morte natural, eu não queria acabar com a minha vida assim... Mas é impossível! É impossível viver sem a tua presença. Porque você me marcou tanto? E eu que achei que nossas noites infinitas de amor ativava seu sentimento por mim, e eu que achei que me entregar totalmente à você faria você nunca mais me deixar, mas agora me largou pra sempre. Eu sou mesmo um fracasso, e você destruidor. “O amor está em tudo que lhe envolve.” Não sou capaz de sentir a dor de um Não. “O sorriso é a manifestação dos lábios quando os olhos encontram o que o coração procura”.

É possível que eu procure ou ache algum tesouro, talvez eu encontre aquele que eu perdi.

Você se importa se eu dedicar esta música à você?
"Não há cabeça que o coração não mande
Não há amor que o ódio não desande
Não há rancor que o perdão não esqueça
Nem humor que nunca se aborreça
Não há bebida que beba a saudade
Nem maldade que vença a maldade
Não há princípio que resista ao fim
Nem temor ou medo que resida em mim
Eu fui, eu vim, eu vou te amar vivendo
Eu fui, eu vim do desamor morrendo
E essa tristeza que o amor me deu
É a coisa mais bonita dentro do meu eu
Que bom, ai, que bom, que nunca vai haver talvez
Pra quem tudo na vida sentiu, disse e fez
Prefiro ficar só com a minha ilusão
Que matar a esperança de amar no meu coração"

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Um além dos "Quase sempres"

- Acordada à essa hora morta?
- Estou... E não é só a hora, acho que também estou morta.
- Então estou também. Legal, existe msn no além.
- Nossos destinos se cruzaram igualmente... Lembra do último dia em que conversamos? Terça feira à noite...
- Sim, eu lembro, só não lembrava o dia exato.
- Lembra que me contou que houve um fim no seu relacionamento...
- Lembro...
- Sei lá. Aconteceu o mesmo comigo naquela noite.

-...
- Eu havia realmente me espantado com sua história, aí é como se fizesse uma cópia para minha vida. E pensei que deveria te contar isso.
- Por que ficou espantada? Não entendi o que você quis dizer exatamente...
- Aquilo me tocou. Eu sempre absorvo essas coisas, que são dos outros. Essa parte do sofrimento, só que não havia me passado à cabeça de acontecer comigo. É como se se eu tivesse pensado, quem sabe não aconteceria.
- Me desculpe por isso. Mas o que aconteceu...???
- Foi repentino. Simplesmente acabou.

- ...

- Ele simplesmente disse que não queria mais, que queria viver sozinho agora.

- Mas que merda!
- Já conversamos muito sobre ele. Você sabe quantas coisas já contei sobre esse relacionamento. Lembro da primeira vez que chamei ele de "rolante" pra você. Você lembra?
- Lembro. Apesar de minha memória horrível cortar muitas coisas. Como por exemplo, o nome dele. Ou apelido, acho que era apelido (quase sempre erro quando acho coisas ).
- Apelido? Se chama Motherfucker. Não sei se já citei o nome pra você.
- É, isso está dentro dos "quase sempres". Sorry... Mas como está você?
- Ah sim...Eu estava numa depressão fora de mim. Eu estava com coragem pra me suicidar. Eu não era eu...
- ...

- Eu me acalmei. Mas poderia ter me arrependido talvez, se eu não me controlasse!
- Sim... Também pensei em me matar, quando Mirelle terminou comigo. Mas pensando agora, que se tivesse feito isso não teria vivido tantas outras coisas razoavelmente legais... Se matar nunca é a solução.
- Ela mexeu muito com você, não é mesmo? E agora, o que ela significa, depois de tanto tempo...?
- Eu era jovem, facilmente impressionável... Então ela mecheu comigo. Muito. Ela significa pra mim... Bem, foi ela que me ensinou a beijar. Ela foi minha primeira namorada. Não sei atribuir um nome ao que ela significa pra mim hoje, mas sei que enquanto tiver uma mente sã, me lembrarei dela.
- E você acha que estou neste papel davínistico, "jovem e impressionável"...?

- Davínistico. Isso depende. Você já é uma mulher. Mas, pelo que você me disse e pelo que conheço de você até hoje, é sensível, e pessoas sensíveis sempre sofrem mais. Eu era facilmente impressionável por que nunca tinha me relacionado com uma garota. Então... não, não acho que você seja.
- Eu penso sobre isso, e não consigo chegar à uma conclusão. Tenho 18 anos, e isso foi um segundo relacionamento sério. Talvez eu seja impressionável... Mas não nego que ele não deve impressionar só a mim.
- Puxa, 18 anos... Isso faz com que eu não faça idéia de há quanto tempo nos "conhecemos"... O que quer dizer com ele não dever impressionar só você?
- Quero dizer que ele é alguém que chame a atenção, e não só sou eu quem me impressionei.
- Entendi... Só... Não pense mais em machucar a si mesma, ok...? As coisas sempre se resolvem...
- Eu admiro essas coisas de suicídio, é estranho. Quando eu estava de frente dessa vontade, pensava, o que virá depois? É como se houvesse um ERROR na minha mente ao tentar acessar esse "arquivo".
- E foi isso que fez você desistir? Olha, não há problema em admirar coisas, mesmo bizarras. Existe a beleza mórbida, e derivados. Só não se machuque, kriskinha. No dia em que finalmente fosse visitar vocês, gostaria de ver ambas, Karol e você, e jamais seria o mesmo sem você, querida kriska!
- Isso me comove, meu caro amigo... Obrigado por gostar de mim. Mas, não foi isso que me fez desistir.

- Foi Ele, entende? Eu fui até ele pra conversarmos, ele acalmou meu coração. Eu acho que vale a pena tentar de novo, mesmo que eu ainda possa dar minha vida. Eu só queria que ele salvasse minha vida, e de certa forma, ele salvou.

- Tentar de novo que você diz, é com ele?
- Não necessariamente, tentar viver de novo. Tentar gostar da vida. Mesmo que eu fique o esperando por algum tempo... Assim como você esperou a Mirelle.
- Esse não seria o melhor dos exemplos. Mas entendo o que quer dizer.
- Eu fico sempre nesse mesmo exemplo, não é mesmo? Isso te incomoda? Não sei se mexo em alguma ferida sua...

         - De forma alguma. Minhas memórias me ferem. O nome não remete exatamente à nada. Só à imagem meio borrada pelo tempo que tenho de Mirelle em minha mente.

- ...

- Quando ela sumiu de minha vida atual, ela tinha deixado umas coisas aqui. DVDs, um livro, um teste. Liguei e disse pra ela vir pegar essas coisas antes que estragassem. Ela levou 4 meses, mas veio. Eu não estava aqui. Mas...
- Então, você não gosta muito de lembranças.
- ... É. Por isso que, aproveitando, coloquei não só essas coisas dela, como também todas as cartas dela que tinha desde 2005, as que ela me mandou do nordeste em 2009, uma foto dela, um bordado que ela me fez, enfim, tudo que tinha dela, e coloquei em uma caixa. Quando ela veio buscar, levou a caixa não só com as coisas dela, como com todo o resto.
- Você queria esquecer tudo.

- Se eu pudesse. mas não posso. apenas me livrei das coisas. Ela nunca ligou perguntando por que devolvi tudo aquilo. Como eu imaginava, havia deixado de significar algo pra ela há uns bons meses. Então... tentei tirar o significado dela pra mim, e mata o que sentia por ela. Bem, eu consegui.
- Então conseguiu? E "se eu pudesse?" Que você havia dito...
- Consegui apagar o significado dela, e matar o que sentia por ela. Mas, todas as lembranças ainda estão comigo. Isso é o que "se eu pudesse", eu apagaria. Me diga, já assistiu "Closer - Perto demais", "Brilho eterno de uma mente sem lembranças" ou "Encontros e desencontros"?
- Dois não, um sim, que assisti hoje, o Brilho eterno que serviu como uma Luva esse filme...
- A mim também. Você vai gostar dos outros dois que mencionei. São do mesmo estilo. Como se um completasse o outro. Ah, Clementine.

Tangerina.  

- Achei lindo. Só porque eu ia pintar o cabelo de laranja essa semana.
- Não vai mais? Ficaria linda.
- Acho que vou, mas é que estou com mexas, não sei se pinto ele inteiro ou só as mexas. Mas pintar inteiro eu iria ter que comprar mais tinta, uma só é 20 reais. Mais os suportes pra descolorir...
- Inteiro. For the win!
- É mesmo?
- Sério, ficaria legal! E claro, iria querer ver fotos.

- Mas tem aquela coisa né, cabelo fica crescendo, e tem que ficar retocando as raízes...
- Bem, isso é... torna as coisas difíceis?

domingo, 1 de agosto de 2010

Garden of love

No jardim do amor eu vi
um momento de sol no olho dela
E tudo estava calmo,
No jardim do amor eu vi
O brilho das estrelas acender e a escuridão desaparecer

Hesitação, sem hesitação
Hesitação

Antes de você ir
Umas poucas palavras para o seu coração
Antes que você vire as costas, algo para meditar em seu coração
Enquanto você vai

Em nosso jardim do amor nós cultivamos
Rosas tão vermelhas... nossos corações estavam tão abertos
Investimos tudo em nossos sonhos
O brilhante e bonito lugar
Que tempestade após tempestade começou a esmorecer
Tempestade após tempestade

Antes de você ir
Umas poucas palavras para o seu coração
Antes que você vire as costas, algo para meditar em seu coração
Enquanto você vai

Como nós tentamos fazer a coisa certa
Como nós brigamos e conversamos durante a noite
Como nós quase
conseguimos...

No jardim do amor eu vi
um momento de sol no olho dela
E tudo estava calmo

Caminhando na luz
Do outro lado da janela
Deslumbrado e cego na luz
Do outro lado da janela
Hesitar, sem hesitação agora
Do outro lado da janela
Esta jornada acabou...
Acabou...
Acabou...

O nosso coração pode crescer tanto
Que tudo ao redor começa a transbordar
E você é jovem e apaixonado
Volte então. Não há como saber.

Então nós empurramos e somos puxados pelos nossos nervos de aço
Você tem os pedais e eu tenho as rodas
E as terríveis mini ilusões
Nunca sabemos para onde estamos indo

O nosso coração pode crescer tanto
Que tudo ao redor começa a transbordar
E você é jovem e apaixonado
Volte então. Não há como saber.