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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Existo, não nego

Minha alma padece, meu coração pára, meus olhos fecham, meu corpo seca, meu cabelo cai, minhas unhas amarelam, meu espírito deixa o corpo e o que sobrarão no final, vagarosamente, serão ossos, que nem cachorros irão querê-los. A terra irá de negá-los, pois não pertecem a esse lugar. Viver é outra coisa.
Eu sou um boneco à estante, um pouco de pó, nem o vento frio. Samantha gostaria de pegar-me, mas deixou-me ao chão. Aquele chão da podridão, aquele ar pesado de comida estragada, a poeira por cima das coisas, os livros jogados. Ela não era mais ela, e eu não era mais nada pra ela. Não sofro muito por isso, pois afinal, sou um ser inanimado.
Ela chega todas às madrugadas, seus olhos vermelhos, ela acha que não percebo... Eu sinto por ela, eu sinto por mim. Ela agora é vulgar, mas não quer sexo, não quer beijos, não quer garotas, muito menos garotos.
Seu cabelo sempre bagunçado, mesmo que ela tentasse ajeitá-lo de qualquer maneira. Ninguém percebia, eu percebia, ela era linda, mesmo assim. Seu batom vermelho, forte, à altura da noite um pouco borrado, mas quase nada, pois ela não beijou ninguém. Talvez tenha borrado por culpa de alguma bebida que derramou-se pelo seu rosto, no grau da loucura, inesperado derramar, ao passar a mão pelo rosto. Sua maquiagem estava bem, pois nunca mais chorara, seu coração já não a mais pertencia, era fria, bebia café e fumava cigarros em seu quarto. Era a sua privacidade, sua mãe já a largara, nem tomava mais conta de si mesma. Seu pai, mandou-se faz tempo para longe, ninguém mais se importava. Herdou o sentimento de frieza de sua mãe, embora as duas se amem, dessa forma, bizarra, mas ardente. Eu não saberia controlá-la, eu me preocupo, mas não posso dizer à ela, pois, porém... olha o que sou. Não tenho voz, já sou passivo desde nascença.
Não posso confirmar se tudo isso irá mudar algum dia, pois para elas está bom assim. Samantha não corrige nada, tudo está certo, mesmo. Sem medo, ela não vive. Ela apenas existe. Suas drogas são unânimes, e já fazem parte da rotina, não signifca que trazem alegria ou animação. Não são amigos, nem colegas, são aqueles anéis entupidos no dedo que engordou-se e travou-se. Ela viverá quando puder, ou nunca viverá. Viva Samantha, pois esse é o Equilíbrio.

2 comentários:

  1. Uma boneca falando sobre sua dona? Foi o que pareceu.

    Gostei. =)

    (E do novo layout do blog também.)

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  2. É sim, foi momentâneo, não ficou tão estruturado (:

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Alucinações